04/06/2012

Poemas ao Luar 1 de junho de 2012

Tudo começou assim...



O Menino Grande
Também eu, também eu.
joguei às escondidas, fiz baloiços,
tive bolas, berlindes,
papagaios, automóveis de corda, cavalinhos...

Depois cresci,
tornei-me do tamanho que hoje tenho;
os brinquedos perdi-os,
os meus bibes deixaram de servir-me.
Mas nem tudo se foi:
ficou-me,
dos tempos de menino
esta alegria ingénua
perante as coisas novas
e esta vontade de brincar.

Vida!,
não me venhas roubar o meu tesoiro:
não te importes que eu ria,
que eu salte como dantes.
E se eu riscar os muros
ou quebrar algum vidro
ralha, ralha comigo, mas de manso...
(Eu tinha um bibe azul...
Tinha berlindes,
tinha bolas, cavalos, papagaios...
A minha Mãe ralhava assim como quem beija...
E quantas vezes eu,
só pra ouvi-la ralhar,
parti os vidros da janela e desenhei bonecos na parede...)

Vida!,ralha também,
ralha, se eu te fizer maldades,
mas de manso, como se fosse ainda a minha Mãe...

De Sebastião da Gama